Muitos aprendizes buscam a solução para vícios de linguagem em inglês adquiridos ao longo de seu aprendizado. O maior problema com esses desvios em relação às expectativas do interlocutor é que não são, com frequência, percebidos.
Esses “vícios” se manifestam de inúmeras maneiras e, em geral, existem em configurações de interdependência. Alguns ocorrem com muita frequência e são muito recorrentes entre falantes da mesma língua materna. Isso é indicativo de que, ao longo do processo fundamental de aprendizagem do inglês, os professores ou instrutores falharam. Nesses casos as aulas e exercícios não foram suficientes para impedir que a língua materna não interferisse na aquisição do inglês. Alguns professores creem que para que essa interferência seja diminuída, deve-se proibir o português nas aulas. Em linhas gerais isso parece correto, mas há casos em que isso não funciona. Muitas vezes, somente pela comparação com o português é que o aluno percebe o que deveria estar fazendo. É exatamente neste quesito que professores nativos perdem para os professores bilíngues. Siga este LINK e laia mais sobre tipos diferentes de professor.
Um exemplo clássico de vício de linguagem em inglês: é extremamente recorrente entre estudantes brasileiros não saber conjugar a terceira pessoa do singular do presente simples. Ex.: he goes, she reads, it slides. Em inglês essas formas verbais recebem “s”. Essa é sua correta conjugação. Mas por que então aprendizes brasileiros de inglês dizem he go, she read, it slide, em vez das formas “corretas”? A resposta é simples. Porque em português o “s” é a marca dos plurais de substantivos e não deveria estar associado a uma forma verbal singular. Correto?
Não exatamente. Essa percepção pode participar desse processo. Mas a realidade é que, mesmo em português, o “s” também pode ser desinência verbal de um pronome singular. “Tu vais”, “Tu comes” e “tu caminhas” são formas corretas em língua portuguesa, embora existentes somente no português culto do sul do Brasil e no português das gramáticas. Percebe-se, assim que a omissão do “s” na conjugação em inglês talvez tenha por causa uma preferência por conjugações verbais que não terminam em “s”.
Talvez mais do que vícios isolados, a utilização inadequada de diversos tempos verbais reflete um único vício: o da falta de entendimento e de internalização de um sistema de tempos verbais que operam de forma complementar.
Um sistema de tempos verbais poderia ser comparado a um caixa de ferramentas onde cada ferramenta tem sua função específica. Utilizar um tempo verbal inadequado seria, portanto, semelhante a tentar martelar um prego com uma chave fenda ou aparafusar um parafuso com um alicate. A tarefa pode ser feita, mas o resultado não será o mesmo. Da mesma forma que uma criança pequena diante de uma caixa de ferramentas, o aprendiz talvez não seja capaz de perceber a finalidade de cada uma delas. Essa é a razão pela qual muitos aprendizes de inglês não percebem os erros que cometem.
Já no plano do vocabulário, outros vícios de linguagem incluem a confusão crônica entre palavras percebidas como semelhantes e a invenção de palavras inexistentes. Há também vícios de linguagem no plano da pronúncia. Nesses casos, o aprendiz não percebe que sua pronúncia altera ou cancela o significado de uma palavra. No plano da intonação, a falta de domínio dos padrões corretos impede a comunicação da intenção correta do falante.
Para erradicar seus vícios de linguagem em inglês, é preciso de um levantamento diagnóstico feito por um Professor realmente capacitado. Com auxílio, pode-se estabelecer onde seu inglês está deficitário e por quais motivos. A correção pode exigir algum nível de trabalho comparativo entre o que o aprendiz faz e o que deveria fazer. É um trabalho que exige dedicação e empenho tanto por parte do aprendiz quanto do professor que irá orientá-lo.