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Por que meu inglês é uma droga?

Por que meu inglês é uma droga?

Por que o meu inglês é uma droga?

Só para deixar claro! Não acho que o inglês de ninguém seja uma droga. Cada um faz o que pode para dar conta de aprender algo que é estranho e que, depois de uma certa época da vida, pode ser bem desafiador.

Na minha prática de professor de inglês com algumas décadas de experiência, costumo dizer que se meu chefe chegasse para mim e dissesse, “Você tem 1 ano para aprender a tocar piano se quiser manter seu emprego!”, eu pediria demissão na hora. O motivo é simples: não tenho como aprender a tocar piano em um ano. Isso sem falar que não tenho aptidão para isso e odiaria ter que me forçar a fazê-lo.

No entanto, quase todos os dias, recebo no meu escritório alguém me perguntando como fazer algo semelhante, ou seja, aprender inglês até determinada data para ver se salva um emprego ou uma promoção.

Na sociedade de consumo, fomos doutrinados a achar que inglês é indispensável, que todos conseguem aprender e que inglês é fácil. Nada disso é verdade. Talvez falar inglês, no sentido de “quebrar um galho”, comprando Big Mac na Disney, por exemplo, seja relativamente fácil. Pelo menos até o atendente perguntar algo como: “For here or to go?” ou “Cash or charge?”. Falar, no sentido do domínio completo e da capacidade de expressão total é uma outra parada!

Inglês é, sim, um produto tanto quanto um instrumento de comércio. Pouca gente sabe, mas inglês, na forma de cursos, treinamentos, livros, programas online, etc. é um dos grandes itens de exportação da Grã Bretanha e o principal facilitador de comércio para os norte-americanos tão acostumados a falar a própria língua onde quer que estejam. Na condição de produto, inglês acabou virando uma troca de mensalidades por certificados, sem que estes correspondam à capacidade de comunicar-se com qualidade nesse idioma.

A realidade que as escolas não querem que você saiba é outra, bem diferente. Para quem mal está dando conta de aprender português direito, aprender uma outra língua é bem difícil. Falta instrumental para fazer o trabalho. Toda vez que um professor de inglês corrige uma redação ruim, ele está diante de interferências da língua nativa do aluno e, quando essa língua nativa é deficitária, o bicho pega. Não dá para esperar redação boa de quem não redige bem nem em português. Não dá para ler um texto direito se a interpretação de texto é precária mesmo na língua materna. Não dá para esperar vocábulário bom de quem só se comunica de forma pobre mesmo na sua própria língua. A realidade é que o desleixo na educação brasileira está se infiltrando na nossa capacidade de aprender novas línguas, fato que é comprovado pelas estatísticas.

Há muitos anos atrás, quando trabalhava para uma escola importante em São Paulo, tive uma conversa com o responsável pelo desenvolvimento de avaliações. Depois de testar alunos que faziam prova oral em duplas, informei que eram fracos e que deveriam ser reprovados. A resposta recebida foi que os alunos “teriam se comunicado”. Teriam se comunicado… só não sei com quem! Um fingia que falava enquanto o outro fingia que entendia. Comunicação é extremamente importante, mas ela faz parte do que se faz com o código e, para ocorrer em uma língua específica, não pode prescindir de seu código específico. Sinais de fumaça e tambores na selva também comunicam, mas ninguém vai dizer que são idiomas.

Esse é o ponto. É preciso aprender a comunicar-se em inglês e não em português traduzido, ou alguma língua perdida no meio do caminho entre uma coisa e a outra, o que em linguística se chama de “interlíngua”.

Para falar inglês de verdade é importante parar de se enganar. Muitos alunos chegam aos professores especializados depois de gastarem tempo e dinheiro em inúmeras tentativas que, muitas vezes deixam pouco além de traumas e uma autoestima abalada. Com frequência, perguntando ao aluno sobre seus estudos, recebo respostas como: “fiz até o ‘adjivanci’ da escola X”, ou “terminei o ‘intermidieitchi’ da escola Y”. Fico com dó! Com a pronúncia que trazem, um falante nativo de inglês não os entenderia. O inglês, ao contrário do português, é uma língua com tolerância baixíssima a distorções de pronúncia. O que os advogados da comunicação de qualquer jeito e da balela de que cada um pode ter seus próprios objetivos de aprendizado não falam é que isso é bom para as escolas, já que é muito mais barato e fácil deixar rolar do que ensinar. Não é preciso ser gênio para entender que se português deficitário atrapalha na hora do emprego, o mesmo ocorre com as línguas estrangeiras.

Se quiser ter uma ideia do que é preciso para ter bom inglês, aí vai uma palhinha! Lembre-se de nunca subestimar o “básico”. “Básico” não significa “fácil”. É apenas aquilo que vem primeiro, na base. Muita gente fica esperando o dia de mudar de livro, de nível, de vida para só então estudar coisas fundamentais e sem as quais não há curso de imersão no exterior que dê jeito.

Quer ver? Você consegue soletrar seu sobrenome sem ter que pensar? Consegue ler o número 16,354,892 sem hesitar? Reparou que é escrito com vírgulas ao invés de pontos? E sabe a diferença de pronúncia entre 13 e 30? Mesmo?

Você sabe me explicar com 3 palavras a diferença ente um modal e um auxiliar? Sabe quantos e quais são os tempos verbais em inglês? E para que servem? Sabe mesmo os quase 200 verbos irregulares mais importantes e que eles podem pôr a perder tudo que você pensa saber de tempos verbais?

E dias da semana? Sem pensar? Peguei pesado? Tá bem! Signos do Zodíaco? Sabe usar preposições, artigos, voz passiva? E “tag questions”? E “embedded questions” e discurso indireto? E a diferença entre um adjetivo possessivo e um pronome possessivo?

Sabe o nome daquele negócio na parede onde vai o plugue da tomada? E aquele negócio no seu carro que você aciona antes de dobrar a esquina?

Calma! Não se assuste! Eu só queria que me acompanhasse em um raciocínio. Nem tudo que está escrito aqui é tão drástico!

Dá para aprender ou melhorar meu inglês? Claro que sim! Mas só dá para fazer isso direito a partir de uma visão crítica e honesta daquilo que realmente consigo fazer. Depois é preciso estudar. Com dedicação. Até dar conta das lacunas que possa ter. Aí você melhora e muito. Com certeza!

E lembre-se. Aprender uma língua estrangeira pode ser trabalhoso, por vezes difícil. Mas é, sem dúvida, uma das experiências mais gratificantes que conheço! Vamos lá… Recapitulando… O verbo “To Be”…

Professor Jordan

 

 

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